Ok, sei que é uma maneira um bocado mórbida de começar o ano mas o coelhito é assim, sempre com a mania que é diferente...
Não sei se já se deram conta mas anda para aí um banner que aparece em vários sites a convidar a fazer o jogo da morte para saber quanto tempo de vida nos resta, e sempre que passamos inadvertidamente com o rato por cima daquilo ouve-se o risinho sinistro da dita Morte capaz de nos arrepiar a espinha, e que está devidamente ataviada com as suas vestes negras e de foice em riste pronta para ceifar os incautos mortais, e pus-me a cogitar no porquê da foice em vez de outra coisa qualquer, a ideia era a morte como sendo uma ceifeira que ceifa as vidas, um golpe vindo do nada e já está, morreu, por mais que estejamos à espera ela acaba por vir quando ninguém está a ver, como a história da água que só ferve quando não estamos a olhar para ela, e essa coisa da foice faz-me uma certa confusão porque não é bem assim, o outro gajo bem que inventou a guilhotina para que a morte fosse rápida, cortem-lhe a cabeça e já está, como diria a Rainha de Copas, mas na realidade isso nem sempre acontece, há a chamada morte santa durante o sono e com um sorriso nos lábios, o ir-se como um passarinho, e no entanto há outras vidas cortadas a serrote, lentamente, estraçalhando-nos total e desnecessariamente, por que razão é que a gaja não usa a foice como é suposto, tem de se armar em esperta e usar o serrote, zás-zás-zás para a frente e para trás, serra-serra-serra, tens de morrer, zás-zás-zás-zás já só falta um bocadinho, bolas, ainda está aqui esta pelezita a manter a cabeça agarrada ao pescoço, enfim, é realmente uma pena que a tipa não use a foice, seria muito mais humano da parte da morte deixar-nos ir de uma só vez ao invés de nos deixar cozer em lume brando e a sofrer até ao fim.