grayfoxpt wrote:Samwise wrote:Sim, acho que respondeste. Eu penso de maneira radicalmente diferente. Acho que estaríamos todos muito melhor se não houvesse o culto da divindade (que, em termos práticos, não serve para nada). A Igreja Católica, desse ponto de vista, seria antes uma instituição primariamente benemérita, livre dos vícios perniciosos do culto religioso. Para mim é uma instituição que faz muita falta no mundo, mas não gosto nada da maneira como gere o valor que tem.
Sam
Deixa-me dizer que discordo completamente do que afirmas. Apesar de achar que religião não se discute, pois na melhor das hipóteses cada um fica com a sua opinião e nada mudou, na pior... bem nem sei se existe um limite em termos de quão mal uma discussão destas pode correr. Mas não posso deixar de comentar essas afirmações, achas mesmo que o mundo seria tão interessante se não existisse tantas religiões, práticas, cultos diferentes? Achas que não serve para nada? Examinando de um ponto de vista puramente cientifico, a crença em algo superior tem, no mínimo, um efeito placebo, ajuda as pessoas a manter optimismo, e todos sabemos o quanto é importante em casos de doenças graves. Acredito que muitas pessoas que passam por problemas graves, que "batam no fundo" da sua vida, se sintam sós, se mantenham à tona da sanidade mental devido à bóia de salvação que é a sua crença, independentemente da religião.
Antes de mais, concordam em criar um tópico sobre religião, sob condição de toda a gente se portar bem?Gray, acho que levaste para outros lados o que eu disse. Não tenho absolutamente nada contra o que cada pessoa pense, julgue ou acredite (desde que não me prejudique a mim). Se há pessoas que encontram salvação ou sanidade mental nas suas crença, muito bem. Nada contra. Sejam elas divinas, terrestres, ou outras que possa haver. De outro ponto de vista, e tendo em conta que já tive a minha dose de doenças graves (não na minha pele, felizmente), o divino não fez nada pelas pessoas que as sofreram. E acredita que havia muita gente a rezar por essas pessoas.
Mas não posso deixar de comentar essas afirmações, achas mesmo que o mundo seria tão interessante se não existisse tantas religiões, práticas, cultos diferentes?
Tão "interessante", não sei, mas melhor certamente que acho. Imagina só o que seria do mundo se não existissem três ou quatro grandes religiões, cada uma com princípios e orientações diferentes? E quanta confusão já não houve conta dessas diferenças? Se não houvesse um culto do divino, se todos os que seguem a orientação desse divino (que ninguém sabe ou pode provar que existe) seguissem apenas aquilo que de benemérito esse culto traz por inerência, teríamos certamente muito mais harmonia neste mundo. Se as pessoas se dedicassem a fazer o bem em vez de ligarem tanto à letra ao que está escrito na Bíblia, Corão, etc, (textos que geram entendimentos subjectivos e extremistas) todos teríamos a ganhar.
Achas que não serve para nada?
Acho que
o culto do divino não serve exactamente para nada. A não ser que me consigas provar que rezar resolve alguma coisa. Se eu rezar para acabar com a fome em África, achas que resulta? Se eu rezar para que determinada pessoa que tem cancro morra sem sofrimento achas que resulta? Se eu rezar para que ali o zé da esquina tenha uma carcaça para comer ao fim do dia, achas que resulta? E se eu lá for dar-lhe a carcaça? O que é que conta aqui? É a minha crença ou são as minhas acções? O facto de eu acreditar em Deus resolve alguma coisa de concreto, de palpável? E quem não acredita em Deus? Será pior pessoa por isso?
Examinando de um ponto de vista puramente cientifico, a crença em algo superior tem, no mínimo, um efeito placebo, ajuda as pessoas a manter optimismo,
De acordo, mas...
O optimismo gerado pelo culto religioso podia muito bem estar orientado sem a crença no divino, sem religião à mistura.
O "optimismo", o "bem estar interior", e a "força para passar os momentos difíceis" não são de geração exclusiva por parte numa crença ou de um culto religioso. Se todas essas pessoas tivessem sido educadas desde pequenas a agirem exactamente de mesma maneira, mas sem alguma vez terem tido a noção de que poderia haver um Deus, e consequentemente educadas fora dos padrões de determinada religião, encontrariam forças noutro lugar, porque teriam de ter outro lugar para preencher essa vaga.
A minha noção continua a ser: a crença num Deus não gera nenhum benefício para ninguém por si só. Mas é uma fórmula que é explorada por determinadas entidades para, entre outras coisas, ganharem poder.
Sam