Saltou a rede eléctrico,
com estardalhaço nos latões de lixo,
o beco escuro chiou,
ratos, baratas, gatos de olhar fixo.
Abriu as traseiras do bar adormecido,
halogénio reflectido no rançoso azulejo.
Chapada no estanho álcool despedido,
o espírito de verdade benfazejo.
O fogo escorregou na traqueia,
a loucura subiu há cabeleira.
Velhos comparsas em cabedal,
olhos semicerrados, filmes alemães,
um velhinho a dançar balcãs,
mais uma bezana para o historial.