Muitos sítios visitei, longínquos
ou não, cidades, montanhas
aqui dancei com borboletas
além voei com as águias
mas sempre acabei por partir
quebrados os laços que me prendiam
Errante, qual falcão peregrino
sem um ninho ao qual chamar meu
Desenraizado, qual marinheiro
sem um porto ao qual chamar casa
Inquieto, qual dragão
sem céu onde poder voar
Vou navegando ao longo da costa
sem aportar, ancoro ao largo
com as velhas estrelas como tecto
e companheiras de jornada
sorrio silenciosamente
nesta viagem onde não busco nada
Mas sei que, se o encontrar
ao porto seguro a que chame meu
não mais partirei para o mar
o dragão apaziguado fará
o seu ninho de eterna chama
onde só poderá entrar
quem faça do fogo o seu lar.