Vi o
Let Me In, de Matt Reeves, como "preparação" para o livro que a Bubbles me emprestou, e achei um bom filme de terror. É um filme que ficará, contudo, para sempre preso ao facto de seguir com bastante proximidade a obra de Tomas Alfredson, o que lhe coloca um problema "existencial": para quê repetir um filme quase ao pormenor (há diferenças, mas não são substanciais e não concedem ao resultado uma mais-valia que o faça destacar-se)? E ao espectador: para quê ver outra vez "o mesmo filme"? Mais estranho ainda: o autor do livro em que se baseiam os filmes, John Ajvide Lindqvist, foi também quem desenvolveu o guião para os ditos.

O trabalho dele, de um para o outro, foi mínimo. Limitou-se a trocar a ordem de algumas (poucas) partes, e a mudar o cenário de alguns acontecimentos. O resto são as diferenças naturais no modo de filmagem de cada realizador (planos, ângulos, movimentos de câmara, tempos narrativos, etc).
Qual é melhor? Não sei - gostei dos dois praticamente por igual. A escolher, escolho a versão sueca, porque é ligeiramente mais ambígua na forma como explica a relação entre a rapariga e o seu par, e por causa de uma imagem que não é mostrada na segunda adaptação, e que deixa um desconforto acrescido no espectador.
Em todo o caso, são dois bons filmes de terror, com uma incursão "recatada" e intimista ao universo dos vampiros.
8/10