


"Noodles"


"Max"


"Patsy"


"Cockeye"


Deborah



























Thanatos wrote:Isto além do DVD que ando há meses a chagar o Samwise para ouvir o comentário do Schickel mas que ele não me liga nenhuma. Gosta, gosta mas não vai ao fundo dos assuntos.![]()
Hoje em dia o filme já não me marca tanto. Tem problemas estruturais entre o segundo e terceiro acto, nomeadamente no pacing que se arrasta desnecessariamente e algumas opções de editing deixam algo a desejar. Isto servido por uma cinematografia que oscila entre o etéreo e o invisível (demasiado escuro). Já para não dizer que alguém telefone inicial tira a paciência a qualquer um.
Mas isso são picuinhices.
grayfox wrote:Terminei de ver este filme há dois dias e gostei muito. Gostei da calma com que foi filmado, sem ter as cenas sempre cheias de acontecimentos a inundar o meu pobre cérebro. Este filme deixou-me relaxar, ver e reflectir sobre a vida do Noodles enquanto via o filme.
Gosto muito de filmes que retratam o percurso de uma vida, especialmente aqueles que mostram uma angústia ou um caminho que poderia ter sido percorrido (ficar com a Deborah) e não foi, e anos mais tarde é mostrada a vida amargurada das pessoas.
- Concordo com os dois em relação á cena do telefone a tocar, já me estava a irritar de sobremaneira, mas depois de ver a importância que esse telefonema tem na narrativa do filme compreendi a tal ponte imaginária entre o inicio e o final do filme. Acho que é impossível quando ouvimos o telefone tocar perto do final não associar ao inicio do filme, depois de umas 3h de filme foi uma boa maneira de garantir que o espectador se lembrava
- Em relação ao "twist", ou ao facto de Max estar vivo fiquei com muitas dúvidas: ele refere qualquer coisa como "fiquei com o teu dinheiro, fiquei com a tua miúda", isso quer dizer que ele tinha uma relação com a Deborah? E em relação á noite em que supostamente morreu, ele já tinha planeado tudo? Como sabia que o Noodles os ia denunciar? E deixou os amigos morrer? O plano de assaltar o Federal Bank não passava afinal de uma desculpa para desaparecer? O plano era ele desaparecer e surgir como uma outra pessoa, ou forçar o Noodles a desaparecer, para finalmente se livrar dele como várias vezes disse querer e poder prosseguir com os negócios que Noodles não desejava?
- Mas que raio significa a cena do camião do lixo?
- A questão de o Max desaparecer como uma figura publica é obvia, mas tenho outras dúvidas. Que idade tinha o Noodles quando foi preso? Não conheço o código penal americano da altura, mas uma crianla levar 12 anos parece-me exagerado. E só passaram 12 anos? Olhando para os actores eu dira no mínimo 20! E em 12 anos a aliança entre os outros 3 manteve-se perfeita, toda a gente continua no mesmo sitio? quer dizer, entre os meus 12 e os 24, tirando a minha familia pouca gente continuou a fazer parte do meu dia-a-dia, as pessoas crescem, conhecem outras pessoas, outros interesses etc etc, mas também não quero julgar todos pela minha bitola.
grayfox wrote:Gosto de outra coisa em filmes que é a ambiguidade, não uma ambiguidade deixada por incompetencia do argumento, mas sim uma ambiguidade propositada, tal como, por exemplo acontece no Total Recall. Li umas teorias na internet inquietantes...
Samwise wrote:Nostalgia. O sentimento que domina o filme é a nostalgia.
Thanatos wrote:Salvo erro eu vi-o no defunto Alvalade. Das coisas que mais pena tenho uma é a «morte» dos antigos cinemas da Capital.
João Arctico wrote:Samwise wrote:Nostalgia. O sentimento que domina o filme é a nostalgia.
Esse é o sentimento que domina o filme, sem dúvida. Mas se eu pudesse resumir o filme numa só palavra escolheria: amizade.
Mas para mim o "Once Upon a Time in America" continua a ser "o" filme. Aquele que mais gosto. Fui vê-lo ao cinema Berna: duas horas e meia a primeira parte e uma hora e quinze a segunda, salvo erro![]()
Tal como planeado, vi o Once Upon a Time in America na tela da Cinemateca.
É o filme da minha vida e foi a sessão de minha vida. Emoções sobre emoções sobre emoções. Eis um monumento que já vi umas 10 vezes, e que desta feita voltou a sair incólume aos meus olhos em termos de frescura e deslumbramento. Vi-o como se fosse a primeira vez e senti-o como se fosse a primeira vez, com um sorriso nos lábios e uma lágrima nos olhos.
Não encontro melhor exemplo de "nostalgia" filmada para cinema - é um filme sobre a vida, sobre o tempo, sobre a amizade, e sobre o efeito das escolhas erradas. É também um hino esplendoroso e minucioso à arte de fazer cinema, com uma montagem feita de sequências alternadas no tempo que baralham e jogam com os conceitos de recordações, sonhos e ilusões. É também fabulosa a mise em scène, a apontar constantemente para inúmeros sentidos metafóricos (o mais belo dos quais será o plano em que Deborah, ao espelho, retirar a máscara do rosto, que fica esborratado no final, enquanto vai respondendo a Noodles e fio do novelo do passado se vai soltando...), e os raccords que unem as diversas sequências entre si, plenos de evocação temporal.
Foi um filme que demorou tempo demasiado a fazer (consta que foram 10 anos de produção) mas que acabou por saiu perfeito em todos os aspectos - uma conjugação de valores que valem muito individualmente e que elevam o colectivo para um plano superior: o todo ainda é melhor que a soma das partes. Aquele música fantástica de Ennio Morricone tem mais ressonância, mais profundidade, quando ouvida contra as imagens em que se insere, por exemplo, e o trabalho dos actores, considerando as exigências do filme, saiu largamente compensado - os jovens são autênticas encarnações dos seus "seres" mais velhos.
Samwise wrote:Tal como planeado, vi o Once Upon a Time in America na tela da Cinemateca.
É o filme da minha vida e foi a sessão de minha vida. Emoções sobre emoções sobre emoções. Eis um monumento que já vi umas 10 vezes, e que desta feita voltou a sair incólume aos meus olhos em termos de frescura e deslumbramento. Vi-o como se fosse a primeira vez e senti-o como se fosse a primeira vez, com um sorriso nos lábios e uma lágrima nos olhos.
Não encontro melhor exemplo de "nostalgia" filmada para cinema - é um filme sobre a vida, sobre o tempo, sobre a amizade, e sobre o efeito das escolhas erradas. É também um hino esplendoroso e minucioso à arte de fazer cinema, com uma montagem feita de sequências alternadas no tempo que baralham e jogam com os conceitos de recordações, sonhos e ilusões. É também fabulosa a mise em scène, a apontar constantemente para inúmeros sentidos metafóricos (o mais belo dos quais será o plano em que Deborah, ao espelho, retirar a máscara do rosto, que fica esborratado no final, enquanto vai respondendo a Noodles e fio do novelo do passado se vai soltando...), e os raccords que unem as diversas sequências entre si, plenos de evocação temporal.
Foi um filme que demorou tempo demasiado a fazer (consta que foram 10 anos de produção) mas que acabou por saiu perfeito em todos os aspectos - uma conjugação de valores que valem muito individualmente e que elevam o colectivo para um plano superior: o todo ainda é melhor que a soma das partes. Aquele música fantástica de Ennio Morricone tem mais ressonância, mais profundidade, quando ouvida contra as imagens em que se insere, por exemplo, e o trabalho dos actores, considerando as exigências do filme, saiu largamente compensado - os jovens são autênticas encarnações dos seus "seres" mais velhos.
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