De Bertold Brecht
Encenação de Nuno Carinhas
Anna aguardou durante quatro longos anos pelo regresso do seu amado, Andreas Kragler, que partira para a Grande Guerra, mas ao fim desse tempo, pressionada pelos pais, decide a aceitar o noivado com Murk, um burguês que enriqueceu à conta do fabrico de munições.
Mas a guerra terminou, existem sublevações nos bairros operários controladas pelo movimento esparquista, e Andreas regressa à Alemanha, marcado pelos anos passados na prisão na Argélia, e encontra Anna noiva de Murk deixando os pais desta furiosos com o seu regresso.
A peça desenvolve-se entre este drama familiar e o colectivo da cidade em que explosões e o som da internacional funcionam como pano de fundo. Pelo meio ficam alguns momentos onde a narrativa se quebra e há um piscar de olho directo ao público, em que os actores encarnam esse papel, o de actores e se mostram enquanto tal à audiência.
Os momentos dramáticos intercalam-se com o humor, o amor com a raiva e a fraternidade com a tensão entre os personagens. Toda a peça vive destes contrastes.
Gostei muito. Achei as actuações e o entrosamento entre os actores fantástico, bem como o ritmo e o desenho de luzes e musical.