
O Poder da Convicção
Preço: €14.00
Autor: António Patrício
Colecção: Viagens Na Ficção
Páginas: 417
Data de publicação:Julho de 2012
Género: Ficção
Preço: 14,00 €
ISBN: 978-989-697-593-7
Mancebo, o inseguro recruta, nem queria acreditar no que os seus olhos viam no lado oposto da parada, enquanto aguardava pela formatura da manhã para mais um dia normal de instrucção, no quartel em Boane. Envolvido em sentimentos de grande ansiedade e expectativa, António ficava com enorme curiosidade ao ponto de se sentir atraído por aquela equipa de elite, cujos exemplares irradiavam com a sua presença uma luz de esperança, uma luz que iluminava o caminho a quem se sentia perdido na escuridão das incertezas, em termos futuros da vida militar.
A classe com que os senhores se apresentavam, a grandeza de sua pose, a expressão agressiva estampada no rosto e a posição enérgica e firme de inegável performance, eram atitudes, valores que transmitiam de forma objectiva e irrepreensível, óbvia mensagem de rigor, de poder e de audácia.
António, maravilhado, inteiramente afectado pela influência que nele exercia toda aquela manifestação militar, ficava então convicto de que o caminho a seguir por mais difícil que fosse o seu percurso, seria aquele em perspectiva, caminho que o elevaria a um patamar especial, que o consagraria com o estatuto invejável de "Comando"
Como já referi bastas vezes por aqui, a Guerra Colonial é uma espécie de 'Guilty Pleasure' das minhas leituras.
Tenho lido bastantes livros desse acontecimento. Uns melhores que putros. Uns muito bem escritos mas sem sumo, outros claramente escritos por 'não escritores' mas que se nota que foram escritos por quem 'esteve lá'.
Este é um desses casos. E no caso, sendo uma edição da Chiado, acredito que tenha sido quase uma 'edição de autor' sem muito apoio por parte da editora (se assim não foi, apresento as minhas desculpas à editora). É um livro que deveria ter passado por um editor. Daqueles que fazem sugestões e corrigem alguns erros básicos. Como utilizar várias vezes a palavra 'vos' quando se pretende a palavra 'voz' de 'falar'. Ou um excessivo hiperbolismo da escrita.
Nota-se que este livro foi escrito por quem 'andou lá'. É referido que não é uma autobiografia, mas sim baseado nele próprio e em camaradas seus. Tem bastante suor, sangue e lágrimas. Tem também bastante amor pelos camaradas e pela missão que desempenhou ao serviço de Portugal.
Nas mãos de 'escritor', como por exemplo João Aguiar (fui buscar este apenas porque adorei o seu 'Voz dos Deuses'), os dois anos passados em Moçambique pela 5ª companhia de Comandos, que é o que retratado neste livro, seria uma obra fantástica.
Não sendo um mau livro (muito longe disso), não é um romance, sendo mais um desfilar de acontecimentos na vida de 'António' (a personagem principal).
Uma das melhores partes é a instrução/formação do Comando. Muito bem descrito no filme seguinte: