Edição/reimpressão:2015
Páginas:320
Editor:Editora Guerra & Paz
ISBN:9789897021503
Dez de Novembro de 1975: as últimas autoridades militares portuguesas abandonam Angola horas antes da independência. O atirador especial Afonso está nas praias de Porto Amboim e não embarca no navio português. Afonso sobreviverá à guerra civil escondido durante onze anos, até ser capturado e repatriado.
João Céu e Silva: "A guerra colonial ainda não está bem contada"
por José Fialho Gouveia
João Céu e Silva: "A guerra colonial ainda não está bem contada"
Jornalista do DN e escritor, João Céu e Silva lança hoje Adeus África, uma obra de ficção sobre a guerra colonial, baseada em depoimentos reais
Na nota de autor que aparece no fim do livro, faz referência a troféus de guerra, trazidos por um familiar, que o horrorizaram em criança. Que troféus eram esses?
Um tio meu que tinha estado na guerra contava histórias aos meus pais e uma vez mostrou lá em casa uma argola com quatro orelhas de negros presas. Se não eram orelhas eram pelo menos pedaços de carne humana já seca. Eu tinha cerca de 10 anos e aquilo fez-me muita impressão.
Esse tio ainda é vivo?
Sim. Ainda há dois meses estive com ele.
Falaram sobre isso?
São assuntos sobre os quais as pessoas preferem não falar. Tenho um outro tio que esteve na guerra e também nunca quis contar nada. O que é estranho, porque ele falava muito e sempre contou muitas histórias.
Tinha acabado de fazer 15 anos quando se deu o 25 de Abril. Na época, pensava que se estava a aproximar o seu tempo de ir para a guerra?
Recordo-me de a minha mãe falar nisso - em relação a mim e ao meu irmão, que é um ano e meio mais novo -, mas eu não me lembro de ter essa noção, ou de sentir essa ansiedade. A minha consciência política aparece com o 25 de Abril.
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