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O número 20 da revista Underworld, que já se encontra nos locais habituais de distribuição, inclui um interessante artigo sobre as pulp magazines.
Excerto:
Se a idade dourada das pulp magazines americanas decorreu entre os anos 30 e 50, a sua história já vem de trás e, como convém, perde-se nas brumas do tempo.
A própria definição do estilo não se presta a definições claras. O ápex da sua popularidade foi atingido num
momento em que eram o veículo por excelência da ficção mais inovadora, pois eram a única hipótese de publicação para jovens autores que dedicavam as suas energias ao desbravar de novos mundos literários,
demasiado estranhos e inusitados para as grandes editoras. Porém, já desde o século XIX que existiam publicações deste tipo que, no entanto, não se dedicavam exclusivamente à ficção. Alguns aficionados costumam por isto marcar como momento simbólico de origem neste período obscuro a publicação do primeiro número da revista Argosy inteiramente dedicado às histórias de ficção, em Outubro de 1896. Mas estes detalhes são de pouca importância.
A ficção científica é igualmente um termo de contornos difíceis de definir, tal como a sua génese. No
século XIX, todavia, já podemos utilizá-lo com solidez; afinal, assomam aqui vultos de estatura incontornável, como Mary Shelley, H. G. Wells e Júlio Verne. Aqui chegados, há que desconstruir um mito. As pulp magazines eram revistas baratas (o seu nome provém da polpa de madeira de baixa qualidade que era utilizada para o fabrico do papel em que eram impressas) que tinham como objectivo o sensacionalismo e a novidade, o que se reflectia tanto nas histórias que escolhiam para publicação como nas capas garridas que amiúde ostentavam donzelas em perigo prestes a serem salvas. Porém, nas suas páginas estava contido um leque que abrangia muito mais do que meramente ficção científica e capa-e-espada, e que se estendia a áreas como o horror e ocultismo, westerns, guerra, aventuras orientais, boxe, policiais, etc. Alguns autores (como Robert E. Howard) escreveram mesmo histórias dentro de todas estas temáticas. As revistas multiplicavamse, e algumas tinham linhas editoriais mais focadas em determinados âmbitos; entre as maiores, e como exemplo, a famosa Weird Tales, fundada em 1923, fazia jus ao nome dedicando-se sobretudo a histórias fantásticas e bizarras e ao terror, mais do que à ficção científica, que era o principal alicerce da Amazing Stories, surgida três anos depois. À chegada da década de trinta, nos Estados Unidos da América, existiam já centenas de títulos, muitas vezes vocacionados para áreas específicas da literatura marginal de ficção.
Na página da revista está disponível o PDF para o conteúdo da mesma, incluíndo o artigo acima indicado: Underworld