Esta obra de Bernardim Ribeiro (1482-1552) coloca desafios quanto à selecção do melhor texto base, porque trata-se de uma obra inacabada e só com edições póstumas.
Existem duas versões, a de Ferrara 1552, e a de Évora, 1557, que foram tomadas como textos base em edições posteriores com mais ou menos alterações.
Parece ser mais ou menos consensual entre investigadores que a versão de Ferrara é a melhor base, ainda que a de Évora tenha sido bastante popular.
Fizemos um apanhado do que temos notícia com breve descritivo.
1554 - Ferrara (1ª edição) Refere “mãe", não tem organização em capítulos, apontada como incompleta, mas provavelmente mais próxima da versão inacabada do autor. Digitalização BN disponível.
1557 - Évora (2ª edição - André de Burgos) Refere “pai", divisão visual em capítulos. Digitalização BN disponível.
1916 - Texto no Projecto Gutenberg (Delfim Guimarães) Responsável fala em versão de pendor mais popular. Organização em capítulos. Possui só 1ª parte, história de Aónia e Binmarder. Os nomes das personagens, por ex. Bimarder para a Binmarder. O próprio Delfim Guimarães afirma ter feito actualizações de termos caídos em desuso...
1947 - Edição crítica (D.E. Grokenberg) Segue a versão e Ferrara, considerada na boa linha, mas insuficiente.
1984 - Edição escolar (Maria Alzira Seixo, Col. Textos Literários, Editora Comunicação) Fixa texto
1990 - Tese (Aida Santos) Fala da divergência entre versões que chega nalguns casos a criar incoerências, e refere a impossibilidade de determinar uma versão fidedigna
2008 - Edição crítica (José Carrasco González, Angelus Novus) Com base na de Ferrara, mas aparentemente com mais capítulos (estendida), segundo parece com outras versões posteriores.
O objectivo deste post é assentar aqui a melhor estratégia a seguir para obter uma versão o mais fiel possível de acordo com materiais e conhecimentos da equipa no menor espaço de tempo possível.