Bugman wrote:Eu li o livro sim senhora, já há algum tempo. Sinceramente ainda tenho fresca a discussão que tivemos a propósito d' O Mandarim. Na altura as minhas preocupações eram mais de ordem com a imagem do projecto, mas não deixei de notar que a propostas do Sam são um bocado interpretativas. Pessoalmente, e destaco aqui o pessoalmente, acho que uma capa não deve ser tão interpretativa como o Sam se propõe. No caso d' O Mandarim a escassez de imagens assim o obrigava, no caso d' A Ruiva, não me parece que seja assim.
A primeira imagem dá-nos uma Ruiva, de classe social indistinta (ao contrário de uma proposta anterior, em que a classe contrariava a Ruiva da obra). A imagem que o Sam defende já levanta o véu para um dos aspectos da obra, mas sem uma ligação imediata. Nesse sentido surgem as ligações que eu referia anteriormente.
O carácter interpretativo de quem propõe as imagens estão patentes no facto de os três fulanos que leram a obra terem visões diferentes sobre o que pode ser a capa. Pode ser claramente que houve diferentes situações que causaram impacto no leitor. Daí as discussões que o T ressalva (e as d' O Mandarim foram bem mais acentuadas e demoradas).
Pessoalmente, considero bastante úteis e estimulantes estes debates pré-e-enquanto-votação.
Quando estou a votar sem ter lido uma obra, não posso colocar ponderação nenhuma em factores interpretativos como faço nos outros casos, mas quando o posso fazer, então essa ponderação passa a ter um peso acentuado nas minhas escolhas - admito e penso que é a forma como me sinto mais "justo" em relação a uma escolha.
No caso de o
Mandarim, concordo na íntegra com a tua mini-análise.
Quanto a esta votação em concreto, penso apenas que a identificação imediata que referes só se coloca em relação ao título, porque que no restante, e decorrente da leitura, essa identifição cedo se esfumaria.
Ainda assim, penso que há por aí umas quantas capas que levariam a debates muito mais acessos em torno da sua adequação à obra, caso os votantes as tivessem lido...
