Arsénio Mata wrote:Tens razão. Era um exemplo. Já a palavra galera é repetida a cada 5 segundos. Nada contra. Acho é que resulta mal como poema. Talvez como sketch humorístico (e não digo isto em tom depreciativo, atenção) resultasse melhor.
Arsénio Mata wrote:Como sabem, pelo menos quem leu os meus textos, eu uso bastante calão. Faço-o por considerar que caralho é uma palavra igual a melancia. Já uma vez o defendi aqui, com uma frase parecida. O medo das palavras é perigoso.
O Sam fala em falta de nível verbal. Para mim, falta de nível verbal é, mais do que dizer caralho ou puta, considerar que alguém que o diga tem falta de nível.
João P Ferreira wrote:Samwise wrote:
- Por que razão as mulheres "rodadas" são sempre putas de merda e os homens são "garanhões" que colecionam respeito social, nomeadamente entre aqueles que criticam essas mulheres?
Sam, nunca proferi tal comentário, nem nunca defendi tal paradigma, apenas citei um rapper famoso que faz uso abundante do calão
A ofensa assenta os seus fundamentos numa critica à política pública da hegemonia do automóvel e da sua sacralização por parte dos meios de comunicação social, publicitários e culturais, com as consequências trágicas para uma nação onde 1/4 das importações são carros e combustíveis. Assim a ofensa assenta os seus princípios numa sátira de índole política que visa unicamente o melhoramento da qualidade de vida e dos índices económicos em Portugal.
A forma pode eventualmente ser injuriosa, infame ou ofensiva, mas assenta essencialmente num estilo de desabafo e de sátira literária; todavia o conteúdo é extremamente válido e premente nos dias que correm. A forma, que serviu apenas para chocar, foi um meio para trazer à consciência coletiva da sociedade o teor do conteúdo, esse sim, válido, racional e desprovido de sentimentalismos exacerbados.
Samwise wrote:Quando "declamas" que as mulheres portuguesas e brasileiras são vagabundas porque se deixam levar pelo estatuto social dos homens que tem bons automóveis, a última coisa em que penso é na problemática social do automóvel e na sua "sacralização nos meios de comunicação social, etc". Quando vejo imagens de bombas sexuais a promoverem automóveis, penso que essas mulheres não tem culpa de serem voluptuosas nem de ganharem a vida dessa maneira, não penso que o automóvel é mau para a sociedade, apesar de promover essa situação.
Samwise wrote:Quando te vejo insultar o pessoal do tuning com insinuações de que são uns xungas acéfalos, não penso que nas "consequências trágicas para uma nação onde 1/4 das importações são carros e combustíveis", vejo apenas ofensas gratuitas.
Samwise wrote:Quando passam imagens pornográficas quase explícitas (em que mais uma vez a mulher está renegada a uma posição de "dominada") alternadas com flashadas quase subliminares de baldes cheios de excrementos, não me chega ao pensamento uma "sátira de índole política que visa unicamente o melhoramento da qualidade de vida e dos índices económicos em Portugal".
João P Ferreira wrote:Sam, quando "declamo" que as mulheres portuguesas e brasileiras são vagabundas porque se deixam levar pelo estatuto social dos homens que têm bons automóveis, acho que está bem patente que é uma crítica ao estatuto social que tem o automóvel, pois é associado nos homens ao sucesso e à virilidade. Acho que a relação é clara.
Quando me vejo insultar o pessoal do tuning com insinuações de que são uns xungas acéfalos, é isso mesmo, é uma crítica a uma parcela da juventude, que se revê mais nos bens frívolos e materiais, que não se cultiva, que não se interessa por política, por literatura, por cidadania ou por ciência e se cinge a adular um objeto, que nas sociedades ocidentais, tomou o estatuto de sacro. Sam, acho que a relação é clara e patente.
Samwise wrote:A questão das referências escatológicas, prende-se com a associação freudiana, que muitos automobilistas fazem com o seu carro. Há vários estudos que referem que para os automobilistas mais zelosos da sua viatura, o automóvel funciona como uma continuação forte do próprio ego. Foi mais uma vez uma crítica a este facto. Aceito todavia, que neste ponto a relação seja mais subtil e menos direta!
croquete wrote:
João...
Porquê esta fixação pelos carros?
Se alguns comportamentos são irracionais, estes refletem mais um sintoma do que uma doença do ser humano.
Existe alguém que tenha sido vítima de atropelamento e tenha marcado o autor?
O autor para se deslocar utiliza que meios de transporte?
Tenho um colega de trabalho que precisa com urgência de um transplante de fígado, da minha casa ouço por vezes ao fim de semana à noite, veículos a grande velocidade, por vezes até penso, quem sabe, poderão até servir como dadores compatíveis.
Tens a noção da complexidade do tema?
Podem ser automóveis, motas, como poderia ser um outro meio de transporte qualquer, podem ser corridas ilegais como também pode ser alguém a transportar um medicamento ou um ferido para o hospital.
João P Ferreira wrote:Este é um tema já muito debatido e rebatido.
Segundo me disse o autor do texto, este só se desloca de Transportes Públicos (onde se inclui táxi) e de bicicleta!
Tem aversão ao automóvel, por questões filantropas e patrióticas!
Segundo me disse também, o seu alter ego, lançou diversas achas para a fogueira, num fórum de automobilistas, num tema muito aceso e rebatido.
Em última instância foi banido pelos administradores do dito fórum.
Vejam todo o debate aqui:
http://forum.autohoje.com/forum-geral/114090-carro-ou-bicicleta-na-cidade-7-razoes-para-se-optar-pela-bicicleta.html
Se leres com atenção, percebes que existe uma irracionalidade sexual em torno do carro, a que muitos chamão "paixão", que tem sido trágica para Portugal.
Samwise wrote:Cheira-me que são uma e a mesma pessoa. Para tirar as dúvidas, nada melhor do que perguntar directamente: João, o autor do texto do poema és tu (tu = em pessoa ou por intermédio de algum alter-ego/heterónimo)?
Samwise wrote:Como disse acima, com a "tragédia para Portugal" passam todos bem. Quanto à questão da "paixão" e das ligações freudianas ao ego, não é coisa exclusiva do automóvel - e gostos são sempre gostos. Há que sem "manifeste" nos carros, há quem se manifeste nas artes, há quem se manifeste no "apoio social", etc, etc...
João P Ferreira wrote:Segundo me disse também, o seu alter ego, lançou diversas achas para a fogueira, num fórum de automobilistas, num tema muito aceso e rebatido.
Em última instância foi banido pelos administradores do dito fórum.
Suzuki wrote:Nao achei muita piada a este poema. Não gostei do poema em si, nem do estilo da narração. Sei o que é o Dadaismo mas nem sempre este estilo tem piada pelo menos para mim.
Curiosamente gostei do poema sobre o amor que o mesmo autor recitou noutro tópico aqui do forum.
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