Estás distante há demasiado tempo!
Há tanto tempo que, quando me tento lembrar de ti, mal consigo desenhar as linhas do teu rosto na minha mente, Só me vem à memória a tua voz… Sim, essa voz é inolvidável por mais tempo que passe. Não sei porquê… Só sei que ressoa permanentemente nos meus ouvidos, permanece comigo, sempre.
Também não esqueço o teu cheiro. Carolina Herrera 212. Há algo nesse perfume. É forte e penetrante e viril e reconfortante. Como a tua voz. Como tu.
Dantes chegava a ir ver as fotografias tuas que tenho guardadas, mas deixei-me disso. Não têm o teu cheiro, a tua voz, o teu toque. Não és tu, só uma reprodução barata de algo maravilhoso que eu possuo. Não gosto das tuas fotografias porque não quero meras reproduções, só aceito e só adoro aquilo que és na íntegra, o pacote completo, com todos os defeitos perfeitos.
Nada disto faz sentido, eu sei. E, ao fim de tanto tempo a reflectir, descobri que nunca fará sentido. Considero seriamente a hipótese de não querer que alguma vez venha a fazer sentido.
Estar contigo, conversar contigo, rir-me contigo, isso faz sentido. E, de tudo aquilo que temos, o que mais sentido faz é reconfortar-te, ouvir-te desabafar e perceber que não contaste aquilo que me estás a dizer a mais ninguém.
Querer-te é apenas algo com que aprendi a viver e a que já me habituei a gostar, de vez em quando. É algo que já consigo ligar e desligar quando é preciso, mas que não quero abandonar. Tem um toque de comodidade, algo a que não estou acostumada e que geralmente não aprecio.
As coisas estão óptimas do modo como são actualmente, quero mantê-las assim e sei que tu também.
Mas tenho saudades e sinto a falta de estar contigo, só contigo. Porque mudas, nunca perceberei porquê, mas mudas tremendamente quando estamos só nós dois e é essa parte de ti que adoro, aquela que é minha. Única e exclusivamente minha.
Vem, estás distante há demasiado tempo!